terça-feira, julho 03, 2007

Mudar componentes na minha XC4 ? para quê?

Continuo a considerar a minha XC4, 4 meses depois de a ter recebido, uma bicicleta com um preço qualidade imbativel - é a junção desses dois factores que se tornam num trunfo muito significativo.

É que qualquer bike que eu comprasse, continuava a faltar-me acessórios e vestuário. O que quer dizer - se eu gastasse 2000 euros numa bike, depois se quisesse comprar essas coisas adicionais que ainda não tinha, iria gastar na realidade uns 2.600 euros. A magia da XC4 é eu saber que tenho uma bike melhor que muitas outras bikes de 2.000 ou mais euros, e como custou apenas 1400, já comprei muito do que queria e sinto-as como um bónus pois no total ainda não gastei sequer os 2.000 euros totais.

vejamos,
bombas excelentes, da topeak, sendo a das suspensões precisa e sem fugas de ar

um dispositivo de limpeza da corrente tão eficiente de que já não abdico

um set de escovas - uma ideal para transportar quando a lama seca acumulada se torna um problema

as capas para as suspensões - as da frente são algo perigosas se não se limparem frequentemente porque ficam muito justas e podem ir deixando introduzir algum pó, mas devo utilizá-las apenas quando está tudo enlameado - a detrás fica larga sobre a parte activa da suspensão e abrange-a bem até abaixo, portanto não oferece qualquer risco e mantém a suspensão sempre limpa.

comprei mais, um cronómetro, luzes (ainda estou para as receber e depois tentarei fazer fotos),
calções, luvas, um jersey manga curta, outro manga comprida, - e impermeável/respirável --> calças, jacket; meias e luvas sealskinz; overshoes (e dá-me um gozo não haver chuva que me impeça de andar de bike...seco!) mais... um livro de manutenção de bikes da park tour, no valor de 25 euros e mais uma série de pequenas coisas..

A propósito da Reba SL, dá para jogar como se quiser com a pressão negativa e positiva
quer-se uma sensibilidade extrema, muito curso facilmente activo para xc, para um tipo leve? - usam-se pressoes iguais ou inferiores ao indicado pelo manual para o peso, aumenta-se a pressão negativa e ajusta-se a positiva o suficiente para a negativa não estar a encurtar demasiado a suspensão - faz-se varios pequenos ajustes até termos um sag adequado e sensibilidade generosa - nas subidas passa a ser essencial o bloqueio se se está numa de racing - e o gate - ajustado com uma chave sextavada - permite ainda assim customizar o bloqueio a abrir-se generosamente a impactos ou de forma a parecer uma bike absolutamente rigida.
quer-se sensibilidade mas curso progressivo, caso se dê um uso mais agressivo á bike e convém a suspensão não afundar muito para a dianteira não afundar em descidas ou com grandes impactos? usam-se pressoes com 20, 30, ou mais psi acima do indicado para o peso - muita pressão positiva para endurecer a progressividade do curso, muita mesmo para compensar que vamos depois aumentar muito a negativa até conseguir um sag muito sensivel ficando o restante curso bem progressivo.
Eu de tentativas sucessivas ja conheço bem esses meus dois sets, o primeiro dá-me uma sensibilidade extraordinária - mas tenho de me defender mais nas descidas e torna descidas ingremes bastante mais perigosas (a bike vinha quase neste set, até mesmo com sag a mais)
Se mais que passear está em questão uma maratona com muita descida técnica, o melhor é colocar o segundo set, boa sensibilidade e extra rigidez e confiança na dianteira, a alternativa era ir sempre no gate mas é uma alternativa má pois quando o gate abre no set1 expoe aquela falta de progressividade nos grandes impactos o que é má ideia.

O que é que eu mudava na XC? mudei o selim claro. ainda não é perfeito, mas de imediato qualquer outro era melhor do que o que trazia.
Os pneus que traz na realidade oferecem muito muito mais em segurança sem por isso deixarem de rolar razoavelmente bem, excepto se for em alcatrão. Mas pronto, se a filosofia é racing puro, concordo que para rolar rápido numa maratona um pneu mais magro dá á nossa pedalada um ímpeto de lebre, e os que traz de 2.25 no máximo não passam do coelho - mas que protegem bem melhor os aros e tornam tudo mais agradável.

O peso. Mais 500 gr, menos 500 gr, é para mim irrelevante. A leveza não é só vantagens.
Para passear ou competir, em XC, maratonas, acho que a Canyon XC4 é excelente e super barata. É um prazer tê-la.

A nota que deixo, é mais para o futuro, e para o que eu esperaria de uma Canyon de enduro de curso médio como as ES. Se eu quisesse agora comprar uma bike all mountain/enduro/freeride light, penso que não optaria por nenhuma Canyon. Há marcas com mais garra nesse tipo de mercado, se procurarmos pacientemente algumas ainda pouco conhecidas da larga maioria, marcas em que enduro ou freeride light significa realmente isso. Algo de novo, algures entre uma ES e uma torque, abaixo dos 14,5kg, convincente com um quadro com algo mais que rigidez estrutural, com amortecedor mais do género das Torque de link directo ou 2-link. Uma gama de 140mm com real garantia Enduro. Com um preço Canyon. Uma questão sobretudo de novos e bons designs de quadros, novas soluções e garantias acrescidas, no enduro de médio curso.
Aí talvez eu possa comprar uma Canyon mais brincalhona ágil e a toda a prova para ter ao lado da XC.


esta ultima parte pretendi ser uma critica construtiva, a inserir-se no feedback que a Canyon espera dos seus clientes para melhor idealizar as novas bikes de acordo as suas expectativas.